quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A Moura...


Sentei no promontório da lua
Olhei, senti o cheiro a mar,
Estava uma noite
Intensa de luar…
Senti o cheiro da terra lavrada
Dos pinheiros carregados de orvalhada.
O cheiro do sonho
De serra encantada
Pela melodia das mouras
Sussurrando aos ventos seus lamentos.

Prestei atenção e então vi
Um cavaleiro andante
Romper no nevoeiro
Com ar de perfeito aventureiro
Olhando para uma moura
Que não parava de chorar…
Prendeu-se então no seu olhar
Ofereceu-lhe uma flor,
Deu-lhe a mão
E levou-a ao seu castelo
Já desabitado,
Apresentou-lhe o tritão
No Palácio da Pena
Aí, ele deu-lhe a mão…
Ficou bem mais serena.

Da Peninha mostrou-lhe o mar
Com castelos de areia levantados.
Estava quase a pôr-se o sol…
Pegou-lhe ao colo e levou-a
Para um farol
“Onde a terra acaba
E o mar começa”
Sentiu então que a abraçava…

Ao cair da noite,
Envolveu-a num manto de luar
E lavou-a junto ao mar…
Aí, reza a lenda…
Vestiu a “Noiva”
Com vestidos de bruma
Ornamentou-a com estrelas
Desposou-a sobre as ondas
Em lençóis de espuma,
Com melodia que se espalhava pelo ar
Vigiados pela “Ursa”
Ai se continuam a amar


Ela para sempre a eterna “Noiva”
Ele cavaleiro, transformou-se
Num imenso mar
Onde a qualquer hora
A pode abraçar.
Abraça-a para sempre
E com tanta intimidade…
Porque aí…
Apenas ele a pode abraçar
Porque a essa praia
Dificilmente se pode lá chegar…




Sem comentários:

Enviar um comentário